segunda-feira, 5 de abril de 2010

Um filme...(2)


Outro longa que assisti recentemente foi o recem lançado Up in The air (2009), mais um com título duvidoso adaptado em nossos país, "Amor Sem Escalas" (!?!?!?). Tá certo que a adaptação de títulos de obras segue a linha cultural do local onde será divulgado entre outras coisas, Central do Brasil virou "Central Station" nos EUA, mas o pessoal tá pegando pesado por aqui. Time Traveler's Wife (do qual fiz resenha aqui no brogui) virou "Te Amarei para Sempre" (?!?!?!) e agora isso de "Amor Sem Escalas", tá certo que uma tradução literal (Lá no alto/céu) não cairia bem, mas daí para um título destes haja (falta de) criatividade. Tal equivico se comprova na trama em si, o título sugere uma comédia (talvez romantica), porém isto seria vender o peixe pela metade, na verdade o romance do filme serve de pano de fundo para um questão um pouco mais filosófica, o personagem de George Clooney representa um lado mais solitário, prático e suficiente do ser humano. Funcionário de uma empresa especializada em demissão de funcionários (se você está se perguntando se isto existe, saiba que eu me perguntei a mesma coisa) onde se minimiza possiveis ações judiciais provindas destas demissões, Ryan Bingham (Clooney) passa a maior parte de sua vida em viagens aereas, evitando assim manter relações amorosas duradouras ou mesmo residencia fixa. A questão da solidão facultativa humana é abordada de forma interessante no filme, e é disto que a história se trata, de solidão (daí a necessidade de um nome mais bacaninha). Estão alí os cliches e esteriotipos hollywoodianos, mas estão também alguns dialogos interessantes e bem construidos e boas atuações - nada que justifique o oba-oba geral sobre atuação de George Clooney entretanto - e há ainda uma grande surpresa com um gancho final a lá Pedro Almodovar, ou seja cru e visceral. Em fim, é um filme que representa bem o estado atual do mercado cinematografico norte americano, total falta de originalidade onde as poucas surpresas bebem da fonte do cinema independente ou da escola européia.


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