terça-feira, 27 de abril de 2010

Geração Perdida (nem tanto assim...)


Cuba é uma incógnita, é um modelo de algo que poderia ter dado certo. Em uma roda de conversa, seja de leigos ou de acadêmicos, haverá, invariavelmente, dois grupos com opiniões extremas quando o assunto discutido for a ilha de Fidel.

Há a cuba que precisava existir, o resultado de um país que antes da revolução chegou aos extremos mais absurdos para fazer jus a condição de "quintal norte-americano", onde o presidente Fulgencio Batista fez seu discurso de posse em inglês diante de uma platéia de seus semelhantes, mas que, diferente de si, não entendiam aquela língua "alienogena". Esta nova Cuba, que segundo relatos documentados por pesquisadores sérios, deu muito certo. E foi boa enquanto durou.

Uma nova Cuba onde quem não comia, comeu.
Quem não calçava, calçou.
Quem não morava, morou.

Aí os EUA perceberam que a brincadeira era séria, que Fidel não era Batista, que um Batista já não havia. Veio a Baía dos Porcos, veio a vergonha, veio a raiva, veio o embargo. Havia uma nova Cuba que já não havia.

Quem já comia, deixou de comer.
Quem já calçava, deixou de calçar...

Mas há um buraco nesta história, nesta nova cuba que já não havia, quem agora comia, o fazia sem poder falar. Quem agora calçava, calçava sem poder reclamar. Mas isto era histórico, isto já existia. Batista já havia posto a mordaça, Fidel a manteve. Os americanos venciam de qualquer forma. Eles perdiam sua ilha-de-brinquedo. Cuba perdia algo que muitos não tiveram tempo de perceber que tinham.

Mas nesta roda de conversa, o outro lado se revolta com o que vem sendo feito. Se revolta com a falta de tudo, onde o que sobra é um sistema de saúde publica reverenciável, mas até isto é dúbio. Na verdade o que sobra é a pressão dos donos do mundo, que fazem questão de colocar em jornais de todos os cantos o quanto Cuba deu errado, o quando Cuba precisava deles. Cuba cuspiu no prato raso que comeu. O cinismo norte americano transborda pelas bordas de Cuba.

Mas em Cuba não se fala.
No Brasil, EUA, Itália, Espanha se fala mas não se é escutado.

Em Cuba há presos políticos que fazem greve de fome.
No Brasil não há presos políticos porque políticos não vão para a cadeia.

Em Cuba há tortura nos carceres, na norte-americana Guantanamo.
Por aqui existem Carandirus...

Em Cuba só há Tv estatal e ela fala o que o governo quer.
No Brasil há Tv privada, mas ela só fala o que os EUA querem.

Em Cuba há a revolta calada e o choro contido.
O mesmo que eu e você sentimos todos os dias.

Cuba não é diferente de lugar nenhum. Há corrupção, há sofrimento, há miséria, há desigualdade.

Não conheço Cuba, e provavelmente nunca venha a conhecer. Mas li muito, e sei que como tudo que se escreve no mundo há verdades e mentiras. O problema da ilha de Fidel é que suas mentiras são ditadas pelos donos do mundo...

Mas Cuba agora pode dormir mais tranquila, o mundo tem uma nova Cuba. E ela se chama Irã.

3 comentários:

  1. ja ta ficando chato so eu postar comentarios aqui mas vamos la o texto ficou otimo me arrepiei todinho rsrsrsr so corrige a parte do que sobre é a pressão para sobra

    ResponderExcluir
  2. Valeu pela força velho, corrigido o erro. abraço.

    ResponderExcluir
  3. Muito bem Guitito, aprendeu com a Lu. Te amo... rsrsrs

    ResponderExcluir