terça-feira, 23 de março de 2010

Spielberg +Tom Hanks + Segunda Guerra = P.H.O.D.A.

Depois de assistir O Resgate do Soldado Ryan e jogar Medal of Honor e Call of Duty por várias madrugadas (aí se vão alguns anos) me dei conta da onda modista que tomou o mundo e ajudou ainda mais a perpetrar a ideia bisonha de que os EUA foram os grandes heróis daquele episódio ridículo da historia humana, este por sua vez tão ridículo quanto as cruzadas da "mui justíssima" igreja católica impostora romana onde se queimava mulheres de olhos claros por se achar que fossem bruxas ou coisas escrotas com a prima nocte onde a igreja dava aos senhores feudais (ou qualquer que seja o titulo conferido a eles na época) o direito a primeira noite de todas as mulheres após seu casamento, enfim de religião ainda vou ter tempo de falar por aqui, e não só da católica, mas a questão do post é falar sobre o incomodo que me causou todo o furor pela segunda guerra que foi imposto ao mundo pelo rolo compressor hollywoodiano durante a década de 90 até o presente momento e a forma como o mundo reagia ao acreditar que realmente que os norte americanos foram os grandes heróis de um conflito que sob quaisquer perspectivas ou cenários que se possa criar não poderíamos encontrar vencedores ou heróis. Se por um lado havia uma Alemanha nazista chefiada por um doente cômico com habilidades de estratégia e lideranças excepcionais do outro havia uma liga capitalista chefiada pelos americanos que viram naquele conflito uma ótima oportunidade de fazer negócios e esquecer de vez a grande depressão. Num momento em que heróis de quadrinhos que tinham super força, super habilidades e super carácter vestiam as cores da nação americana a população se viu envolta em um conflito global sem entender bem o motivo até muito tempo depois de acabado.

A questão real que tento tratar aqui é sobre o que teve / tem a cultura e arte a ver com esta época bizarra da memoria recente de nossa espécie. Mesmo de algo tão ruim a arte deu um jeito de tirar algo bom, e isto aconteceu na literatura, na música, na pintura, no cinema e em qualquer forma, reconhecida ou não, de manifestação cultural. Livros como Holocausto ou mesmo o recente A menina que roubava livros mostram como pode existir beleza num amontoado de injustiça e brutalidade desnecessária. No cinema, a quantidade de propaganda pró-EUA é muito maior por razões óbvias mas sabendo filtrar dá para tirar grandes obras entre clássicos ou blockbusters recentes, talvez o exemplo mor seja o apaixonante O Menino do Pijama Listrado, este, não estranhamente, adaptado de uma obra literária, possui o final mais avassalador que já pude conceber para qualquer historia por mais real ou fantástica que esta seja. No discriminado mundo dos videogames houve também grandes obras recentes, embora a beleza aqui é mais visual / visceral que lírica ou histórica, porém não menos válida.

Mas com certeza a maior obra televisiva até hoje lançada que retrata este período se chama BAND of BROTHERS, produção da HBO capitaneada por Steven Spielberg e Tom Hanks logo após a parceria realizada pelos dois em O Resgate do Soldado Ryan. Diz-se que durante a produção deste a quantidade de ideias que flutuavam no set de filmagens era tamanha que não houve outra forma de dar-lhes forma que não em outra produção, a daí nasceu uma mini série que soube tratar deste assunto de forma neutra (posso sofrer aqui algumas retaliações, e posso até estar sendo injusto), se baseando em fatos históricos para mostrar através da arte que ali não havia heróis ou vilões, mas pessoas em sua grande maioria assustadas que lutavam por terem sido obrigada a fazê-lo mesmo sem saber bem o porque (qualquer coinscidencia com Iraque, Vietnan, Afeganistão e muito provavelmente Irã, NÃO é mera coinscidencia). Mas independentemente de opiniões sobre como a historia foi retratada ali é indiscutível o primor técnico presente na obra, e é com felicidade que descobri a pouco que a HBO novamente com Spielberg e Hanks estão lançando uma espécie de sequência espiritual da obra com o novíssimo The Pacific, este retratando os combates e acontecimentos ocorridos na ilhas do pacifico. Ainda não tive oportunidade de ver, até porque, para estrear no Brasil leva um bom tempo, na internet já se encontra em sites de compartilhamento, porém aí entra a discussão sobre a legalidade ou não da coisa, e nisso não meto o bedelho. Enfim assim que eu puder assistir irei comentar aqui no blog, mas como dito no titulo, não tem como sair coisa ruim daí não. Ah, e nota interessante, o ator principal da trama é o mesmo que interpretou o molequinho ruivo no primeiro Jurassic Park, também do Spielberg.



* As imagens, fotos, vídeos que fazem parte deste post não são de minha autoria e/ou propriedade, foram retirados da web e são de propriedade de seus devidos autores.

2 comentários:

  1. P.... que pariu, é a frase! rs...
    Eu não imaginava que você tinha essa visão tão realista da 2ª guerra, e por vezes, após te falar que EU ODEIO OS EUA, tive a certeza de que não só eu enxergo as realidades!

    Abraços

    Igor Ganem, parabéns!

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  2. Valeu pela força gordim, vc tá sumido velho...tá fazendo falta!

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